Bolsa argentina

Bolsa argentina é a pior do mundo em 2025: entenda as causas, impactos e perspectivas para investidores

A crise da Bolsa argentina em 2025 ganhou destaque internacional e chamou a atenção de investidores do mundo inteiro. O S&P Merval, principal índice acionário da Argentina, registrou um dos piores desempenhos globais, acumulando queda de 30% em pesos e 47% em dólares até setembro de 2025. Enquanto bolsas ao redor do planeta, inclusive na América Latina, apresentaram ganhos expressivos, a Argentina destoou negativamente, refletindo os desafios da economia sob o governo de Javier Milei.

Mas o que levou a Argentina a ter a pior bolsa do mundo em 2025? Quais são os fatores políticos e econômicos por trás dessa derrocada? E, principalmente, o que isso significa para investidores brasileiros que buscam oportunidades na região?

Neste artigo completo, vamos analisar os principais fatores da crise argentina, comparar com outros mercados, trazer insights para investidores e responder às perguntas mais comuns sobre o tema.


O que está acontecendo com a Bolsa argentina em 2025?

O S&P Merval é o índice que acompanha as principais ações negociadas na Bolsa de Buenos Aires. Em 2024, ele foi um dos melhores índices do mundo, mas em 2025 a situação mudou completamente.

Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, até setembro de 2025:

  • O S&P Merval caiu 30% em pesos argentinos;
  • Em dólares, a queda foi ainda maior: 47%;
  • Foi o único grande índice global a registrar perdas expressivas, enquanto outras bolsas tiveram resultados positivos.

Esse desempenho negativo se deve a uma combinação de fatores: crise política, instabilidade cambial, incertezas fiscais e perda de confiança do mercado em relação ao governo de Javier Milei.


Comparação com outras bolsas do mundo

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Enquanto a Argentina afundava, outros mercados tiveram resultados expressivos:

  • Colômbia (Msci Colcap): alta de 35,72% em pesos e 53,14% em dólares;
  • Peru (S&P/BVL General): crescimento de 31,40% em moeda local e 41,97% em dólares;
  • México (IpyC): avanço de 27,07% nominal e 44,06% em dólares;
  • Brasil (Ibovespa): valorização de 21,58% em reais e 41,55% em dólares;
  • China (FTSE China 50): alta de 34,05%;
  • EUA (Nasdaq e S&P 500): crescimentos entre 9% e 17%.

Essa diferença mostra como a Argentina se isolou do movimento global de valorização das bolsas em 2025, reforçando a percepção de crise estrutural no país.


O papel de Javier Milei e a política fiscal

O presidente Javier Milei chegou ao poder com a promessa de implementar uma política econômica liberal, reduzindo gastos e equilibrando as contas públicas. Em um primeiro momento, essas medidas animaram investidores e impulsionaram a bolsa.

No entanto, em 2025, a situação se deteriorou por alguns motivos:

  1. Escândalos de corrupção abalaram a imagem do governo.
  2. Milei cedeu em projetos que aumentaram gastos públicos, contrariando o discurso inicial.
  3. A confiança da população caiu, refletindo também em pesquisas eleitorais desfavoráveis.
  4. O peso argentino voltou a se desvalorizar, pressionando ainda mais o mercado.

Essa instabilidade política gerou forte impacto negativo na bolsa, com investidores retirando capital do país.


A intervenção do Banco Central e a crise do peso argentino

Outro fator central da crise foi a política cambial. A diferença entre a taxa oficial e a taxa paralela (conhecida como dólar blue) aumentou para o maior nível desde abril de 2025.

Para tentar conter a desvalorização, o Banco Central da Argentina interveio no mercado, mas isso trouxe riscos adicionais:

  • As reservas internacionais do país estão em níveis críticos;
  • Há temor de esgotamento de dólares para importações e pagamentos de dívida;
  • A desvalorização do peso provoca inflação ainda mais alta, corroendo o poder de compra da população.

Essa espiral negativa impacta diretamente a bolsa, já que empresas listadas enfrentam maiores custos e incertezas.


O apoio dos Estados Unidos e a reação do mercado

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No fim de setembro de 2025, uma promessa de ajuda dos Estados Unidos trouxe algum alívio momentâneo. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o governo americano apoiaria as políticas de Milei.

O anúncio levou o peso argentino a se valorizar 5% frente ao dólar em poucos dias. Além disso, uma redução temporária de impostos sobre exportações de soja injetou US$ 7 bilhões na economia.

No entanto, esse otimismo durou pouco. Logo surgiram dúvidas sobre a solidez do compromisso americano, principalmente após críticas relacionadas ao comércio com a China. O mercado voltou a reagir mal, e o peso perdeu 5% desde o início de outubro.


Comparação: Argentina x Brasil

Enquanto a Argentina enfrentava turbulência, o Brasil viveu um cenário mais estável em 2025:

  • O Ibovespa subiu 21,58% em reais;
  • Em dólares, a alta foi de 41,55%, próxima de países desenvolvidos;
  • O Brasil conseguiu se beneficiar de um cenário global positivo, especialmente com commodities.

Essa diferença mostra como a Argentina se isolou, enquanto outros países latino-americanos conseguiram entregar resultados positivos aos investidores.


O que isso significa para investidores brasileiros?

Para investidores do Brasil, a crise argentina traz lições importantes:

  1. Diversificação é essencial: quem apostou apenas na Argentina em 2025 amargou grandes perdas, enquanto quem diversificou colheu bons resultados em outros mercados.
  2. Riscos políticos importam: mesmo políticas econômicas bem avaliadas podem ser comprometidas por crises políticas e sociais.
  3. Instabilidade cambial é um fator crítico: investir em países com moedas frágeis exige cautela.
  4. Oportunidades futuras podem surgir: momentos de crise muitas vezes criam oportunidades de compra para quem tem perfil de risco elevado e visão de longo prazo.

Perspectivas para o futuro

O futuro da Bolsa argentina em 2025 e 2026 vai depender de alguns fatores-chave:

  • Resultado das eleições legislativas em outubro de 2025;
  • Capacidade do governo Milei de recuperar confiança política;
  • Definição sobre o apoio efetivo dos Estados Unidos;
  • Evolução das reservas internacionais e da taxa de câmbio;
  • Continuidade ou não das reformas fiscais.

Se houver avanços nessas áreas, a bolsa pode se recuperar parcialmente. Caso contrário, a Argentina pode enfrentar uma crise prolongada.


FAQ – Perguntas Frequentes sobre a crise da Bolsa argentina em 2025

1. O que é o S&P Merval?
É o principal índice da Bolsa de Buenos Aires, que reúne as principais empresas argentinas.

2. Por que a Bolsa da Argentina caiu tanto em 2025?
Por causa da combinação de crise política, instabilidade cambial, perda de confiança no governo Milei e realização de lucros após fortes altas em 2024.

3. Qual a relação entre o dólar paralelo (blue) e a crise?
O dólar blue reflete a desvalorização real do peso. Quanto maior a diferença em relação ao câmbio oficial, maior a percepção de instabilidade econômica.

4. É seguro investir na Argentina em 2025?
Não é considerado seguro. O risco é elevado devido à instabilidade política, inflação alta e escassez de dólares. Só investidores com perfil arrojado devem considerar.

5. Como a crise argentina impacta o Brasil?
O Brasil pode ser afetado indiretamente pelo comércio, mas no mercado financeiro o impacto é limitado. Para alguns investidores, a crise argentina até reforça a atratividade do Brasil na região.


Conclusão

A Bolsa argentina em 2025 se tornou a pior do mundo, refletindo não apenas os desafios internos do país, mas também a dificuldade do governo Milei em manter confiança política e fiscal. Para investidores, a lição é clara: é preciso avaliar não só fundamentos econômicos, mas também riscos políticos e cambiais.

Enquanto a Argentina amarga uma crise profunda, outros países latino-americanos e emergentes seguem atraindo capital, mostrando que a diversificação continua sendo o melhor caminho.

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