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Como fica a nova tabela de isenção e desconto do Imposto de Renda em 2026

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto histórico que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5.000 por mês. Essa mudança, prevista para começar a valer em 2026, promete beneficiar mais de 16 milhões de brasileiros, trazendo alívio no bolso de quem mais precisa e uma nova dinâmica à arrecadação federal.

Neste artigo, você vai entender como fica a nova tabela do IR, quem será beneficiado, quanto você pode economizar e como o governo pretende compensar as perdas de arrecadação. Também explicaremos como o imposto mínimo de 10% para altas rendas e a taxação sobre dividendos se encaixam nesse novo modelo.


💰 O que muda com a nova isenção do Imposto de Renda

Atualmente, estão isentos do IR os contribuintes que recebem até R$ 3.036 por mês, considerando o desconto simplificado. A proposta aprovada pela Câmara eleva esse limite para R$ 5.000, ampliando significativamente o número de brasileiros que deixarão de pagar o imposto.

De acordo com o texto aprovado, os trabalhadores que ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.350 também terão descontos parciais, que diminuem gradualmente conforme a renda aumenta.

Essa mudança reflete o compromisso do governo em atualizar a tabela do IR — algo que estava defasado há mais de oito anos — e melhorar o poder de compra da população de média e baixa renda.


📊 Nova tabela do IR, De 2026

Veja como fica a nova estrutura da tabela de isenção e desconto proposta pela Câmara:

Faixa mensal de rendaAplicação do descontoEconomia estimada ao ano
Até R$ 5.000Isenção totalR$ 4.356,89
De R$ 5.001 a R$ 5.500Desconto de 75%R$ 3.367,68
De R$ 5.501 a R$ 6.000Desconto de 50%R$ 2.350,79
De R$ 6.001 a R$ 6.500Desconto de 25%R$ 1.333,90
A partir de R$ 7.350Alíquota de 27,5%

💡 Exemplo prático:
Um trabalhador que ganha R$ 4.800 por mês deixará de pagar cerca de R$ 3.800 por ano em imposto de renda. Já alguém com salário de R$ 6.000 terá redução parcial, pagando menos imposto e mantendo maior parte do salário líquido.


📈 Quem ganha e quem perde com as novas regras

A principal vantagem é para os assalariados de média e baixa renda, que agora terão aumento direto na renda disponível.

Por outro lado, o governo prevê compensar a perda de arrecadação, estimada em mais de R$ 25 bilhões apenas em 2026, com medidas voltadas para altas rendas e lucros financeiros.

As principais mudanças incluem:

  • Imposto mínimo de 10% sobre rendimentos acima de R$ 50 mil por mês;
  • Taxação de 10% sobre dividendos distribuídos acima de R$ 50 mil mensais;
  • Tributação de lucros enviados ao exterior (exceto para fundos soberanos e previdência internacional).

Dessa forma, o sistema se torna mais progressivo e equilibrado, aproximando-se dos modelos de países desenvolvidos.


⚖️ O que é o “imposto mínimo” de 10%

O novo imposto mínimo efetivo de 10% será aplicado às pessoas físicas com renda mensal acima de R$ 50 mil. Ele é chamado de “mínimo” porque busca garantir que grandes rendas, muitas vezes obtidas por meio de investimentos e dividendos isentos, paguem pelo menos 10% de IR.

Como funciona na prática:

  • Rendimento de até R$ 50 mil/mês → sem aplicação do mínimo
  • Rendimento entre R$ 50 mil e R$ 100 mil → tributação progressiva até 10%
  • Rendimento acima de R$ 100 mil → teto de 10% fixo

Esse imposto não se soma ao IR tradicional; ele serve como um piso de contribuição para quem hoje paga pouco ou nada sobre lucros e investimentos.


💵 E a taxação dos dividendos?

Atualmente, o Brasil é um dos poucos países que não cobra imposto sobre dividendos. Isso deve mudar com o novo texto. A partir de 2026, dividendos acima de R$ 50 mil por mês pagarão 10% de IR retido na fonte.

Essa medida visa equilibrar o sistema e gerar justiça tributária, já que muitos investidores de alta renda deixam de pagar imposto enquanto trabalhadores com salário fixo são tributados em até 27,5%.

Além disso:

  • Dividendos acumulados até 31/12/2025 continuam isentos, mesmo se pagos até 2028.
  • Remessas ao exterior também terão alíquota de 10%, com exceções para governos estrangeiros, fundos soberanos e previdência internacional.

🧮 Impacto financeiro: quanto o Brasil vai arrecadar

A equipe econômica do governo projeta uma renúncia fiscal de R$ 100 bilhões até 2028, mas também estima superávit de R$ 12,7 bilhões com a nova estrutura de taxação.

Esses valores devem ser destinados para:

  1. Compensar estados e municípios afetados pela perda de arrecadação.
  2. Reduzir a alíquota da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).
  3. Garantir equilíbrio fiscal sem aumento de dívida pública.

🗓️ Quando as novas regras começam a valer

Se o Senado confirmar o texto, as novas faixas de isenção e o imposto mínimo começam a valer a partir de janeiro de 2026, refletindo nas declarações de Imposto de Renda de 2027.

Entretanto, como o Senado possui um projeto similar (PL 1.952/2019), é possível que ocorram ajustes ou disputas políticas antes da sanção presidencial.

O mais provável é que o novo modelo unificado entre Câmara e Senado seja aprovado ainda em 2025, garantindo tempo hábil para adaptação da Receita Federal e dos contribuintes.


🤔 O que continua isento de imposto

Mesmo com o novo piso de tributação, alguns rendimentos continuarão totalmente isentos do Imposto de Renda:

  • Heranças e doações;
  • Rendimentos da poupança;
  • Indenizações por acidente ou doenças graves;
  • Aposentadorias por invalidez ou doença grave;
  • Títulos de investimento isentos (LCI, LCA, CRI, CRA, FIIs, Fiagros e debêntures incentivadas).

Essas isenções têm objetivo social e econômico, estimulando o investimento produtivo e protegendo situações especiais.


📚 Dicas práticas para quem quer se preparar

Se você deseja aproveitar ao máximo as novas regras, é importante se organizar desde já.

✅ Passos recomendados:

  1. Atualize seu cadastro na Receita Federal para evitar inconsistências.
  2. Mantenha comprovantes de rendimentos e despesas dedutíveis organizados.
  3. Considere investir em títulos isentos (como LCIs e LCAs).
  4. Revise sua estratégia de investimentos para entender como os dividendos serão tributados.
  5. Acompanhe as atualizações oficiais no site da Receita e no portal do governo.

📖 FAQ — Perguntas frequentes sobre a nova isenção do IR

1. Quem ganha até R$ 5 mil vai precisar declarar Imposto de Renda?

Sim. A declaração continua obrigatória para quem se enquadrar em outras condições (como rendimentos isentos acima de R$ 40 mil). Mas quem ganha até R$ 5 mil não pagará imposto.

2. O que é o desconto parcial até R$ 7.350?

É um benefício que reduz gradualmente o valor do imposto. Quanto mais próximo de R$ 7.350, menor o desconto aplicado.

3. O imposto mínimo de 10% afeta trabalhadores assalariados?

Não. Ele é voltado para altas rendas não tributadas, como lucros e dividendos. Assalariados que já pagam IR na fonte não serão afetados.

4. Quando as novas regras entram em vigor?

A partir de janeiro de 2026, com impacto na declaração de 2027.

5. Os investimentos em LCI e LCA continuam isentos?

Sim. O texto aprovado mantém a isenção para esses tipos de investimento, que continuam atraentes para quem busca segurança e rentabilidade.


🧠 Conclusão: um passo importante para mais justiça tributária

A ampliação da isenção do Imposto de Renda representa um marco na política fiscal brasileira. Ela corrige uma defasagem histórica, melhora o poder de compra de milhões de trabalhadores e promove maior equilíbrio entre ricos e pobres no sistema tributário.

Ainda há debates a serem travados no Senado, mas o caminho é claro: menos imposto para quem ganha menos e mais justiça na cobrança sobre grandes fortunas e lucros.

Se implementada de forma consistente, essa reforma pode se tornar um divisor de águas na economia nacional, trazendo mais renda disponível, maior consumo e, no longo prazo, crescimento sustentável.


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