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A decepção com a Natura não afasta investidores: por que a Ártica Capital segue apostando na empresa

Mesmo após anos de forte desvalorização e frustração no mercado acionário, a Natura (NTCO3) continua chamando atenção de gestores e permanecendo no radar dos investidores. Para Ivan Barboza, sócio e gestor da Ártica Capital, a empresa ainda possui fundamentos sólidos e um modelo de negócio capaz de entregar resultados consistentes.

Segundo o gestor, a Natura passou por um período de desempenho abaixo do esperado, principalmente devido às aquisições internacionais que não agregaram valor — entre elas, a compra da Avon, que pressionou ajustes internos e impactou negativamente o balanço. Ainda assim, Barboza afirma que o núcleo da operação segue robusto e rentável na América Latina.

Força no modelo de consultoras

A empresa mantém uma das maiores redes de consultoras do país, com mais de 3 milhões de profissionais ativos, o que fortalece sua estratégia de vendas diretas e digitais. Para Barboza, esse ecossistema é um dos principais diferenciais competitivos da Natura, oferecendo capilaridade, relacionamento próximo com clientes e capacidade de adaptação ao ambiente online.

Nos últimos anos, a empresa evoluiu seu modelo tradicional de consultoria, transformando essas profissionais em agentes digitais dentro de uma estrutura integrada de marketplace. A operação passou a envolver ferramentas de e-commerce, dropshipping e tecnologias de pagamento, ampliando as possibilidades de venda e aumentando a eficiência operacional.

Os erros do passado e a reviravolta operacional

A desaceleração do crescimento a partir de 2008 levou a Natura a buscar alternativas estratégicas. Entre elas, a internacionalização, que incluiu a compra da The Body Shop e da Avon — movimentos que geraram custos elevados, complexidade operacional e pressões sobre o caixa.

Com a chegada do CEO Fábio Barbosa, a companhia revisou sua estratégia, descontinuou estruturas globais pouco eficientes e voltou o foco para o fortalecimento da marca principal e para operações rentáveis. O reposicionamento devolveu previsibilidade ao negócio e reacendeu o interesse de casas de investimento como a Ártica Capital.

Barboza reforça que, apesar das dificuldades, a Natura segue com potencial de valorização, impulsionada por sua base de consultoras, marca consolidada e transição acelerada para o digital.

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