Ibovespa inicia semana em queda de 0,47% e volta ao nível abaixo dos 157 mil pontos
O Ibovespa abriu a semana em ritmo moderado e operou próximo da estabilidade durante boa parte da segunda-feira, mas perdeu força na reta final do pregão. A piora dos mercados em Nova York, o avanço do dólar e a abertura da curva de juros pressionaram o índice, que encerrou o dia em 156.992 pontos, recuo de 0,47%.
A movimentação ocorre após uma série de máximas históricas recentes, que levaram o índice a testar patamares acima de 158 mil pontos. Com menor impulso doméstico e prevalência da cautela, o mercado adotou uma postura mais defensiva.
O giro financeiro somou R$ 26,8 bilhões na sessão.
Desempenho das principais ações
O enfraquecimento das ações de empresas com grande peso no índice foi determinante para o recuo do Ibovespa. Vale caiu 0,46%, enquanto Petrobras alternou sinais durante o pregão, encerrando com alta de 0,26% nas ações ON e 0,55% nas PN.
O setor financeiro, que possui forte representatividade no índice, acentuou o movimento negativo. As quedas variaram de 0,64% em Itaú (ITUB4) a 1,18% em Bradesco (BBDC4). Diferentemente dos pares, Banco do Brasil (BBAS3) virou para o positivo e subiu 0,36%.
Em Nova York, o dia também foi de realização, com recuos de 1,27% no Dow Jones, 1,07% no S&P 500 e 1,06% no Nasdaq, movimento que ajudou a pesar sobre os ativos locais.
Oscilação do dia e desempenho acumulado
Durante o pregão, o Ibovespa oscilou entre a mínima de 156.567 pontos e a máxima de 157.900 pontos. No mês, apesar da queda desta segunda-feira, o índice acumula alta de 4,98%, elevando a valorização no ano para 30,52%.
Maiores altas e quedas do dia
Entre os destaques positivos:
- MBRF (MBRF3): +4,92%
- CVC (CVCB3): +3,31%
- Assaí (ASAI3): +2,63%
Do lado das quedas:
- Rumo (RAIL3): -9,08%, afetada pela divulgação de queda de 39,2% no lucro líquido do 3º trimestre
- Vamos (VAMO3): -6,67%
- Magazine Luiza (MGLU3): -4,80%
Influências corporativas e notícias da Petrobras
Vale e Petrobras foram essenciais para evitar uma correção mais acentuada no início do dia. Segundo analistas, a Vale continua beneficiada por um Ebitda acima do esperado e pela sinalização de dividendos extraordinários. Petrobras, por sua vez, segue repercutindo o forte resultado trimestral e o anúncio de uma nova descoberta de petróleo no pós-sal da Bacia de Campos.
Mesmo com leve baixa no preço do petróleo Brent e WTI, a notícia contribuiu para sustentar parte do índice no começo da sessão.
Ambiente macroeconômico e expectativa por dados dos EUA
Com a temporada de balanços praticamente encerrada, o foco do mercado volta a se concentrar no cenário macroeconômico. A semana será marcada pela divulgação de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos referentes a setembro — números que foram adiados devido ao shutdown do governo. A publicação ocorrerá na quinta-feira, dia em que a B3 estará fechada por conta do feriado da Consciência Negra.
Nas últimas semanas, declarações mais duras de membros do Federal Reserve aumentaram o pessimismo sobre um possível corte de juros em dezembro. A leitura do payroll será considerada crucial para orientar os próximos passos da política monetária norte-americana.
Cenário doméstico: inflação e atividade
O boletim Focus trouxe sinais positivos, com a expectativa de inflação para 2025 sendo revisada de 4,55% para 4,46%, ficando pela primeira vez abaixo do teto da meta do Banco Central.
Por outro lado, o IBC-Br apresentou queda de 0,24% em setembro, reforçando a percepção de arrefecimento da atividade econômica brasileira. O dado alimenta expectativas de que o Banco Central possa considerar cortes na Selic no primeiro trimestre de 2026, caso o cenário de desaceleração se confirme.
