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Ibovespa vira para queda e dólar sobe: entenda o impacto do shutdown nos EUA no mercado brasileiro

O mercado financeiro iniciou o dia de forma otimista, mas ao longo da tarde o cenário mudou. O Ibovespa, que abriu em alta, passou a recuar, enquanto o dólar inverteu sinais e subiu. O movimento refletiu tanto fatores locais quanto externos, especialmente o shutdown nos Estados Unidos, que trouxe incertezas para os investidores.

Segundo especialistas, o episódio ocorre em meio a expectativas sobre a política monetária norte-americana e dados cruciais do mercado de trabalho, o que ampliou a volatilidade.


O que é o shutdown nos EUA?

O termo shutdown se refere à paralisação parcial do governo americano quando não há acordo orçamentário entre os partidos. Isso interrompe temporariamente serviços públicos e pode atrasar a divulgação de dados econômicos essenciais.

Historicamente, shutdowns costumam durar em média oito dias e têm impacto limitado. No entanto, neste caso, o contexto é diferente, pois o mercado aguarda dados relevantes de emprego, incluindo o payroll, que influencia diretamente as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre juros.


Reação do mercado internacional

  • O S&P 500 chegou a cair 0,5% no início do dia, mas reverteu e subiu 0,4%, renovando recorde intradiário.
  • O Nasdaq Composite avançou 0,5%.
  • O Dow Jones operava em leve alta de 0,1%.

A melhora ocorreu após investidores apostarem em um shutdown de curta duração, ainda que a ausência de dados oficiais aumente a incerteza sobre os rumos da economia americana.


Situação no Brasil: Ibovespa e dólar invertem sinais

No início da manhã, o Ibovespa avançava e o dólar caía. Contudo, o cenário se inverteu no início da tarde.

  • O Ibovespa passou a recuar, pressionado por realização de lucros e pela queda da Weg após downgrade do Citi.
  • O dólar voltou a subir, acompanhando a maior cautela externa.

Além disso, as taxas de juros brasileiras subiam, mesmo diante da queda dos rendimentos dos Treasuries nos EUA.


Expectativas em relação ao Fed

De acordo com a pesquisa ADP, o setor privado dos EUA cortou 32 mil empregos em setembro, sinalizando enfraquecimento do mercado de trabalho. Esse dado aumentou a probabilidade de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base na reunião de outubro, segundo monitoramento do CME Group.

Contudo, se o payroll não for divulgado por causa do shutdown, os investidores terão menos visibilidade para projetar os próximos passos do banco central americano.

Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, explica:

“Sem essa visão, é natural imaginar uma realização dos lucros recentes, já que o cenário se tornaria mais turvo, ainda que temporariamente. O S&P 500 valorizou mais de 33% desde abril, e a ausência de dados pode gerar maior volatilidade.”


Impacto fiscal no Brasil: incertezas com a isenção de IR

Além do cenário externo, os investidores acompanham no Brasil os efeitos da isenção do Imposto de Renda (IR). A perda estimada de arrecadação é de R$ 26 bilhões, e ainda não há clareza sobre como será compensada.

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research:

“Tem muita incerteza. Será preciso uma solução apenas em 2027, não vejo alternativas fiscais no curto prazo.”


FAQ – Perguntas frequentes sobre shutdown e mercado


Conclusão

O dia foi marcado por forte oscilação nos mercados. Enquanto nos EUA o shutdown trouxe incertezas sobre os próximos dados econômicos, no Brasil o Ibovespa e o dólar inverteram direções, refletindo realização de lucros e incertezas fiscais internas.

A expectativa segue concentrada no payroll e nas decisões do Federal Reserve, que devem ditar o ritmo da política monetária global nas próximas semanas.


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